Autor: Edson Carlos de Sena
Ser mãe ou pai de um (a) autista é uma missão que exige, acima de tudo, amor que se materializa em dedicação atenciosa. Não há muito tempo para saber o porquê me tornei uma mãe ou um pai de autista, pois a necessidade de atenção e cuidados exige de mim uma adesão à realidade do agora, ou seja, a realidade já constatada. Mas o caminho pode ser prazeroso quando as lutas e as vitorias do meu filho ou da minha filha se tornam as minhas. É necessário, em parte, um esvaziamento de si mesmo, dos meus planos e dos meus sonhos para que eles se tornem novos planos e novos sonhos que são criados a partir da realidade do agora.
Diante dessa realidade, é necessário, também, falarmos sobre a educação sistematizada, ou seja, a escolar. Pois o mundo exige de cada um de nós conhecimentos que são necessários para a nossa compreensão e atuação na realidade que vivemos. As crianças e jovens autistas, como todas as crianças e jovens, necessitam e têm direito a uma educação de qualidade. E essa educação deve ser garantida pela união do Estado, das instituições educacionais e das famílias.
Os pais de crianças e jovens autistas precisam acompanhar de perto todo esse processo educativo e auxiliar seus filhos em suas necessidades. Acredito que é necessária uma dedicação maior por parte dos pais de autista, isso com relação aos pais de crianças neurotípicas, na educação escolarizada de seus filhos, pois os pais de crianças e jovens autistas, muitas vezes, necessitarão complementar ou reforçar os conteúdos, as habilidades, as competências a serem adquiridas pelos seus filhos. Isso dentro da realidade particular de cada criança ou jovem autista.
Hoje, encontramos vários relatos de como é importante a participação generosa dos pais na educação sistematizada (escolar) de seus filhos autistas. Pois estes poderão melhor se desenvolver com a ajuda dedicada de seus pais. É importante falar, também, sobre as terapias complementares, pois, quando necessárias, precisam serem trabalhadas em uma perspectiva do desenvolvimento integral da criança ou do (a) jovem autista. E os pais devem ser os articuladores para que os profissionais compreendam as necessidades de seus filhos autistas nas diferentes árias da formação humana. Isso com o objetivo de que a criança ou jovem autista possa se desenvolver da melhor forma possível.
É importante dizer que ninguém conhece melhor um (a) autista de que seus pais e por isso os pais devem encabeçar todo o processo formativo da criança ou do (a) jovem autista. Mas tudo isso deve ser feito com entusiasmo, descontração, e muita fé positiva. Cada pessoa que se apresenta em nossas vidas é um presente. E a criança ou jovem autista é um presente ainda mais especial, pois como podemos ver em vários relatos de pais de crianças e jovens autistas eles (os pais) se tornaram pessoas mais felizes com a convivência, muitas vezes, desafiadora de seus filhos.
SITUANDO-SE COMO MÃE (PAI) DE AUTISTA
Referência
Coluna do autor em Folha do Alto do Cigano: https://folhadoaltodocigano.com.br/a-educacao-escolar-dos-filhos-as-autistas